O líder da Juventude Socialista (JS) portuguesa, João
Torres, considera que o discurso que Beatriz Talegón, secretária-geral da União
Internacional de Jovens Socialistas, proferiu na reunião da Internacional
Socialista em Cascais, é um “grito de guerra” para que os partidos percebam que
têm de dar sinais de “modéstia” perante os “sacrifícios sérios” que estão a ser
exigidos.
Esta semana arrancou com a divulgação de várias cópias
do vídeo em que a secretária-geral da União Internacional de Jovens
Socialistas, Beatriz Talegón, critica na reunião da Internacional Socialista,
que se realizou no passado fim-de-semana em Cascais, o facto de os dirigentes
do socialismo internacional se reunirem em hotéis de cinco estrelas ou o uso
dos carros de luxo, que classifica como “uma falta de coerência”.
O jornal Público conversou com o líder da JS
portuguesa, João Torres, sobre este discurso, que considera que reflecte
"um grito de guerra" e um apelo aos que se revêem nos ideais
socialistas.
"É preciso requalificar a democracia" mas
para isso os partidos também têm de dar "um sinal", principalmente
num tempo em que estão a ser aplicados "sacrifícios sérios".
Particularmente em relação à realização de iniciativas
em hotéis de cinco estrelas e à utilização de carros de luxo, o líder da JS
afirma que "à mulher de César não basta ser séria, é preciso
parecê-lo". Nesse sentido, "os partidos têm que dar esse sinal de
modéstia, sem entrarem em fundamentalismos", remata João Torres.
Na intervenção em Cascais, Beatriz Talegón referiu-se
ainda ao que considera ser a crescente distância entre os dirigentes e as
forças socialistas e a geração mais jovem, criticando a contradição entre o
luxo da própria reunião da Internacional Socialista e o elevado desemprego ou a
contestação nas ruas de Espanha.
Apesar do sucesso que tem feito o vídeo desta
intervenção, o jornal Público conta que Julián Jiménez, um antigo dirigente
local da JS espanhola, enviou ontem (terça-feira) uma carta aberta a Beatriz Talegón, na qual
acusa a jovem de estar apenas a autopromover-se.
"Queria acreditar em ti, cara ex-companheira, mas
não posso fazê-lo. Creio recordar que trabalhavas então em Bruxelas, para o
partido a nível europeu. Por que não foste rebelde naquele momento? Quem
conhece o funcionamento podre do PSOE sabe que um rebelde nunca chega a um
cargo de tanta responsabilidade como o de dirigente da União Internacional de Jovens
Socialistas", contesta Jiménez.
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