quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

BAÇAS VIRTUDES, um poema de Eugénio de Sá





São baças as virtudes desta era
Como baças as gentes que a dirigem
Varrem-se os dogmas, nada é mais virgem
Lavra a indiferença nas máscaras de cera

Vê-se coroar de glória a arrogância
O que antes foi expressão hoje é mordaça
E a verdade tornou-se coisa baça
Nas bocas dos mentores da ganância;

Aqueles cujos meios ultrapassam
As lógicas mais pródigas da ética
São a demonstração da má genética
Que orgulhosos cultuam e abraçam

E assim, de retrocesso em retrocesso,
A sociedade vê gorar-se a esperança
De ver nos olhos (baços) de cada criança
A afirmação de um homem de sucesso

É de Cícero esta reflexão:
 "Uma nação pode sobreviver aos idiotas e até aos gananciosos. Mas não pode sobreviver à traição gerada dentro de si mesma.
Um inimigo exterior não é tão perigoso, porque é conhecido e carrega suas bandeiras abertamente.
Mas o traidor se move livremente dentro do governo, seus melífluos sussurros são ouvidos entre todos e ecoam no próprio vestíbulo do Estado.
E esse traidor não parece ser um traidor; ele fala com familiaridade às suas vítimas, usa sua face e suas roupas e apela aos sentimentos que se alojam no coração de todas as pessoas."
 Ah, como faz falta a leitura e o estudo dos clássicos!

Enviado por E-mail pelo Amigo João

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